Uma companhia contratada pela Facebook organizou um desafio falso no estilo do TikTok com o objetivo de criar uma repercussão negativa.

Você está ciente do Desafio TikTok viral conhecido como “cliques divinos”? Nele, crianças filmavam vídeos TikTok planejando vandalizar a propriedade da escola. E o que dizer do desafio TikTok “Dar um tapa no professor”, autoexplicativo por si só?

Se você já ouviu falar dessas narrativas que retratam o aplicativo de vídeos virais de forma muito desfavorável, é possível que tenha obtido essas informações de uma agência de marketing republicana que o Facebook contratou com o objetivo de gerar críticas negativas ao TikTok.

Conforme um recente artigo de Taylor Lorenz no Washington Post, o Facebook fez parceria com a Targeted Victory, uma empresa de marketing fundada por Mitt Romney, ex-diretor digital da campanha presidencial GOP de 2012, com o objetivo de planejar e executar uma campanha contra o TikTok.

Uma das áreas em que a Vitória está concentrando seus esforços é em garantir que os meios de comunicação locais estejam cobrindo as tendências do TikTok que possam representar riscos ou ser prejudiciais para os jovens.

No ano passado, um link sobre o desafio viral “Slap a Teacher” no TikTok foi compartilhado em um grupo de mensagens para pais de alunos da primeira série do meu filho. A história sobre essa tendência do TikTok para as crianças estava se espalhando por todo o país, sendo coberta por várias estações de notícias locais, desde a CBS Sacramento na Califórnia até a WPLG Local 10 em Miami, Flórida.

Após a viralização do desafio “Slap a Teacher” no TikTok, tornou-se evidente que essa tendência não estava presente na plataforma. Tratava-se de uma farsa que foi originalmente divulgada por meio de publicações no Facebook.

No entanto, segundo o relatório, a Targeted Victory contribuiu para disseminar o desafio falso e até se vangloriou da cobertura de notícias locais sobre a suposta tendência do TikTok que na realidade não existia. O grupo mantinha um registro interno que documentava a cobertura negativa da imprensa em relação ao TikTok e a outras tendências, como o desafio “devente lambe”, um ato de vandalismo em escolas que surgiu no Facebook, de acordo com um relatório do podcast Reply All.

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Nos e-mails obtidos pelo Post, os funcionários da Victory discutiram estratégias para disseminar narrativas desfavoráveis sobre o TikTok.

“De acordo com um e-mail de um diretor da Targeted Victory sobre a estratégia da campanha, TikTok representa uma ameaça real como um aplicativo de propriedade estrangeira que está em primeiro lugar quando se trata de compartilhar dados utilizados por jovens adolescentes, enquanto o Facebook é a plataforma de mídia social atualmente mais preocupante.”

Os funcionários cogitam possíveis títulos para reportagem, como “De danças a riscos: como o TikTok se tornou a rede social mais nociva para as crianças”.

Outro e-mail de um funcionário mencionou a necessidade de uma “mensagem mais abrangente” para desencorajar o Congresso e outros funcionários estaduais de avançar com uma potencial legislação direcionada ao Facebook. O Meta, importante empresa de mídia social, tem estado sob crescente escrutínio devido às revelações feitas por Frances Haugen, denunciante do Facebook, sobre a segurança das crianças em plataformas de propriedade do Meta, como o Instagram.

A Vitória Alvo, que arrecadou grandes quantias em dólares de campanhas republicanas, conseguiu alcançar seu objetivo com êxito. Muitos congressistas e funcionários locais expressaram sua inquietação em relação ao TikTok por conta das histórias divulgadas pela Vitória Alvo.

A ação do Facebook não é surpreendente, pois a empresa considera o TikTok como uma ameaça. O CEO do Meta, Mark Zuckerberg, e a empresa já utilizaram estratégias duvidosas para superar concorrentes no passado. Um representante do Facebook defendeu a campanha da Targeted Victory, afirmando que todas as plataformas, incluindo o TikTok, devem ser submetidas a um escrutínio proporcional ao seu crescimento.

Porém, TikTok é uma grande empresa, respaldada por uma companhia com recursos suficientes para competir com o Facebook. Um representante da empresa expressou ao Washington Post estar bastante inquieto com o relatório, mas será interessante observar a reação real do TikTok.

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